sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sozinho



Pra onde foram todos?
Aonde, diabos, se esconderam?
Por que me deixaram aqui, sentado e só?
Por que é que nínguem me dá atenção?
Por quê?
Por que toda essa máscara se é em vão?
Não há o que temer, não desperdiçarei minhas palavras!
Ah! Isso não!
Não! Não! Não!
Mas por que me deixaram aqui?
O que foi que eu fiz?
Nesse escuro quarto escuro...
Nesse profundo e vasto mundo...
Por quê?
Por que não me levaram com vocês?
O que eu fiz?
Ou o que dele deixei de fazer?
Será que não vêem que também quero viver?
Será que não vêem que também tenho coração e não quero sofrer?
Será?
Disseram que o que será, será!
Mas será?
Será que vão me encontrar?
Será que vão me procurar?
Não sei...
Já disse que não sei...
Não insista, mero leitor, não insista!
Eu não sei o que fiz!
Tudo bem, devo ter algo feito, mas...
Eu não sei o que fiz!
Por que, diabos, querem me pressionar?
Eu tenho culpa de estar aqui?
Por quê?
Por quê?
Eu só queria atenção de quem me vê...
Só...
Eu nunca pedi demais...
Não, nunca! Eu juro!
E pensando assim, acabo por me perder mais e mais...
Mas não foi eu que me perdi...
Foram eles... Eles que me perderam!
Eles que me deixaram aqui...
Não, senhor, eu não sei o que eu fiz...
Mas que deve ser grave, deve, eu já entendi...
Doutor...
Faça-me um favor?
Apague a luz,
Feche a porta,
Pois hoje só quero assim sozinho,
Desse jeito perdido,
Dormir.