terça-feira, 25 de setembro de 2007

Soldado Solitário


Sou um soldado solitário
Entre a cruz e a espada
Vivo por conquistar novos valores
Que para mim não valem nada

Caminhei por muitas terras
Naveguei em grandes mares
Carregando uma cruz de pedras
Esperando minha liberdade...

Venha a mim Liberdade!
Já perdi a minha vida
Choro agora de agonia
Choro inteiro de saudades

É tudo falso: essa coragem
É apenas uma máscara
Pra enganar os velhos hipócritas
Dessa falsa-escancarada autoridade

Meu desejo é de lágrimas
De flores, amores e sorrisos
Essa maldita pátria amada
Mais parece coisa de riso

Essa bandeira que agora finco
Marca apenas minha derrota
E a vitória dos velhos hipócritas
Como um teatro a ver por horas

"Assistem
Aplaudem
Ouvem o alarme
Levantam sorrindo
Como se estivessem em um circo"

Está tão tarde
Já chegou a minha hora
Odeio despedidas
Mas tenho de ir embora

Preciso minha roupa sujar
De sangue-amargo-escarlate
E a luz agora apago
Para o silêncio
Do meu corpo
(Que agora já sou osso)
Eternizar.

["Soldado Solitário" - Paulo Ricardo]
[24 de setembro de 2007]

segunda-feira, 24 de setembro de 2007




Como uma sombra,
Ela caminhou pelos recantos
Mais sucumbidos da terra,
Expandindo o terror
E derramando lágrimas
De sangue e angústia.
Quebrou os corações
De todos aqueles que diziam
Ser amantes do tempo...
Amantes da vida...
Amantes cobertos de paixão.
Fantasma perdido,
Quebra a maldição
Que lançaste sobre
Estes imundos mortais,
E deixa-os sufocar na própria dor.
Dizem-se ser devotos pelo amor...
Mas são eles os responsáveis
Pelos danos causados
À alma.
Impuros de pensamentos...
Impuros nos actos...
Eles transportam a sua cruz
Até à sepultura, escavada
Por eles mesmos.
Enterram os sentimentos
Que guardaram secretamente
Em um lugar que ninguém alcançou...
E no silêncio da noite,
Derramam lágrimas
Numa melodia triste da alma...
Enquanto tu os abraças,
Num conforto que os sufoca
E os leva a cometer loucuras.
Mas tu Desgraça,
Sentes-te insanamente feliz
Porque o teu feitiço
Ficou completo.
E enquanto a vida passa
Andarás sempre atrás
De uma vítima,
Como um cão fiel ao seu dono.
E quando num momento
De agonia,
Tu apunhá-las essa ferida,
Para que esta nunca seja esquecida,
Nem mesmo quando o tempo passa...